Sistema imunológico, nutrição e atividade física.
O sistema imunológico constitui a defesa do organismo contra a ação de microorganismos patogênicos (que geram doenças). O SI é uma complexa rede de tecidos, órgãos, células e substâncias que protegem o nosso corpo de infecções e doenças. Como o corpo está constantemente em contato com microorganismos, esse complexo sistema defende o corpo de invasores externos.
Estudos recentes têm associado o impacto positivo da prática regular de exercícios físicos na melhora do sistema imunológico. O exercício físico gera um desvio do estado de homeostase orgânica, levando à reorganização da resposta de diversos sistemas, entre eles o sistema imune.
O exercício de média intensidade está associado à diminuição de episódios de infecção devido a melhoria de funções de importantes componentes imunológicos (como os neutrófilos, macrófagos e células natural killer). Porém, quando praticado além de determinado limite, o exercício se associa ao aumento da incidência de doenças infecciosas, notadamente das vias aéreas superiores (IVAS). Tal associação é tema recorrente de estudos, devido à importância que assume no esporte profissional.
Muitos competidores de elite têm problemas associados às fases de treinamento intenso, uma vez que ocorre a produção elevada de radicais livres associados à queda da imunidade, podendo prejudicar a performance.
A nutrição desempenha papel importante na imunidade, pois as reações do sistema imunológico também necessitam de energia e de vários nutrientes para a formação de células e outras substâncias envolvidas no sistema de defesa do organismo.
Podemos usar uma série de substâncias para catalisar e potencializar o sistema imunológico, como vitaminas, minerais e enzimas, que devem ser consumidas com certa periodicidade.
O sistema imunológico existe para exercer papel de proteção contra esses patógenos, no entanto uma alimentação adequada tem papel fundamental no seu funcionamento adequado. Alguns exemplos de como melhorar a imunidade através da alimentação:
Gorduras boas • Alguns ácidos graxos insaturados têm o poder de melhorar a resposta imunológica quando associado a uma alimentação balanceada. Podemos destacar os Ômega 3 e 6, que têm como principal função a regulação de algumas células imunológicas. Esses nutrientes estão em peixes e castanhas, como as nozes, castanha do Pará e caju.
Carotenóides • Encontrados principalmente em vegetais e frutas de cores amarela laranja e vermelhas. Ativam o sistema imunológico, logo melhoram a defesa do organismo.
Vitamina E •
Encontrado em alguns óleos vegetais como óleo de milho, soja e no azeite de oliva. Quando ingeridos, melhoram a resposta imunológica e também é considerado um antioxidante.
Vitamina C •
Tem ação antioxidante e melhora os efeitos da vitamina E, regenerando suas fórmulas de ação quando ocorrem formações de radicais livres. Têm efeitos benéficos principalmente em infecções respiratórias e nas gripes. Fontes: laranja, acerola, limão, abacaxi, mexerica, entre outras frutas ácidas
Carboidrato •
Tem sido freqüentemente associado a melhora do sistema imune, especialmente se suplementado durante treinos longos e/ou intensos. Deve ser consumido na alimentação de forma fracionada, e durante os treinos, sendo as melhores formas de suplementação os géis e bebidas esportivas.
Probióticos •
Os probióticos são microorganismos que resistem à passagem pelo trato gastrintestinal, colonizam o intestino e trazem benefícios à saúde humana, pois impedem a proliferação de microorganismos patogênicos. Eles estão presentes em iogurtes, queijos e leites fermentados. Os tipos mais conhecidos são os lactobacilos e as bifidobactérias. As ações dos probióticos no sistema imunológico consistem em estimular a produção de alguns fatores imunológicos e a modulação de outros. As ações moduladoras incluem a redução da produção de substâncias pró-alérgicas e o aumento da produção de substâncias antialérgicas.
Proteínas e aminoácidos •
As proteínas são compostas por subunidades menores, os aminoácidos, e desempenham papel importante no sistema de defesa do organismo, pois são classificadas como nutrientes construtores. Existem alguns aminoácidos específicos que estão mais relacionados com a função imune, entre eles a arginina e a glutamina.
A arginina tem papel importante no crescimento e na função dos linfócitos T. Além disso, uma substância formada a partir da arginina, o óxido nítrico (NO), induz a ação de várias células de defesa, combatendo infecções causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes. A glutamina é o aminoácido presente em maior quantidade no sangue.
Desempenha papel importante, pois é serve como fonte de energia para as células do intestino delgado e para linfócitos e macrófagos, células do sistema imunológico. A suplementação de glutamina para atletas visa ao bem-estar geral do indivíduo e apresenta também papel relevante na regulação do metabolismo de carboidratos, síntese protéica e funcionalidade do sistema imune.
Vitamina A •
A deficiência de vitamina A está relacionada ao aumento da gravidade das infecções. A deficiência de vitamina A afeta a produção de muco no trato respiratório, gastrintestinal e urinário. Esse muco serve como barreira física contra a entrada de microorganismos. Alem disso a deficiência de vitamina A prejudica o crescimento e a função dos linfócitos B (produtores de anticorpos) .
Ferro •
O ferro é um mineral necessário para praticamente todas as células vivas, pois participa de diversas reações químicas incluindo o processo de obtenção de energia e o processo de multiplicação celular. A ação das células do sistema imunológico, neutrófilos e macrófagos, diminuem quando ocorre deficiência de ferro. A deficiência de ferro pode causar diminuição da proporção de linfócitos T no sangue. Além disso, provoca a atrofia do timo, órgão que produz os linfócitos T. a multiplicação de linfócitos B também fica prejudicada nessa condição. A sobrecarga de ferro, causada por medicamentos ou transfusões de sangue freqüentes, também pode comprometer a atividade do sistema imune. A redução da proporção de linfócitos T pode ser observada nessas situações.
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